quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Copa do Mundo: moradores investem até quase R$ 5 mil para colorir ruas em Salvador


O Brasil começa, nesta quinta-feira (24), sua trajetória rumo ao hexacampeonato mundial de futebol. Mas, se depender das torcidas de rua em Salvador, o título já é nosso. Mesmo fora das quatro linhas e bem longe do Catar, moradores das ruas Herbert de Castro, no bairro do Bom Juá, e Souza Uzel, na Federação, vêm se mostrando, a cada Copa, verdadeiros craques quando os assuntos são decoração e festa. No Bom Juá, a tradição já é bem antiga e começou em 1993, apenas com o Arraiá do Duro, uma festa que, como o próprio nome sugere, visava compensar a falta de poder aquisitivo, por parte de alguns moradores, para viajar ou ir a eventos maiores durante o São João. O samba, então, se manteve todo ano, mas, há cerca de 12, passou a ser realizado só a cada edição de Copa do Mundo, que costuma acontecer no mesmo período. Este ano, apesar da mudança no calendário, a tradição se mostrou firme, e a comissão aproveitou a ocasião para lançar a campanha ‘Natal sem Fome’, por meio da qual serão arrecadados alimentos a cada ‘arrastão’ pós-jogo. Para a decoração da Rua Herbert de Castro, que começou a ser feita no início do mês, foram usados 20 quilos de bandeirolas. A diretora do Arraiá do Duro não sabe estimar o valor investido, mas há todo um planejamento para não deixar que faltem recursos. “A gente fez, no Dia dos Pais, um bingo e, depois, uma rifa grande, que foi o que ajudou a gente bastante com essa questão, de material”, diz ela. E é assim que a folia acontece: cada um ajuda como pode. O aposentado Gilson Cardoso, 62, por exemplo, bancou, sozinho, aproximadamente R$ 2,6 mil para a pintura de paredes na rua, que contam até com iluminação de LED. 


Já na Federação, a cultura de decorar a Rua Souza Uzel, mais conhecida como Rua 13, ganhou força a partir do mundial de 2006. O trabalho é coletivo, mas, como um bom capitão, o eletricista e músico Ronaldo Rangel, o Naldinho, 50, chamou a responsa pra si. Para isso, teve como inspiração seu pai, Pedro Cigano, que costumava levar vida à rua durante o São João. Os moradores receberam doações de galões de tinta, mas precisaram arrecadar dinheiro e fazer rifas para conseguir os quase R$ 5 mil necessários à compra do material, que incluiu mais de 50 quilos de bandeirolas. Fruto de um trabalho de seis meses, do início ao fim, os 400 metros de colorido, que mal permitem ver o céu, chamam a atenção por cada detalhe: além do Brasil, homenageiam o país-sede, o Catar, e o ‘camisa 13’ da comunidade, Leandro Passos, o Léo, que se recupera de um acidente.

Redação
Redação

Esta é uma breve biografia do autor do post.

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